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Perfil das Características do Treinamento e Associação com Lesões Musculoesqueléticas Prévias em Corredores Recreacionais: Um Estudo Transversal

Contextualização: A corrida é uma das atividades físicas mais populares do mundo, sendo que o número de praticantes vem crescendo nos últimos 40 anos. Uma das consequências do aumento da popularidade da prática de corrida é o aumento das lesões musculoesqueléticas. 

Objetivos: Descrever os hábitos, as características de treinamento e o histórico de lesões de corredores recreacionais, além de verificar possíveis associações entre os hábitos e as características de treinamento com lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas à corrida. 

Métodos: Duzentos corredores preencheram um formulário contendo questões sobre dados pessoais, histórico da prática de corrida, características do treinamento, tipo de tênis, tipo de pisada e histórico de lesões nos últimos 12 meses. Os dados foram analisados pela estatística descritiva e modelos de regressão logística. 
 
Resultados: A maioria dos corredores eram homens, com idade média de 43 (DP=10,5) anos, índice de massa corporal de 24,2 (IQ=4,3) kg/m2, volume de treino de 35 km semanais (IQ=28), e 55% dos corredores relataram apresentar alguma lesão musculoesquelética nos últimos 12 meses. As principais lesões encontradas foram as tendinopatias e as lesões musculares. A variável que apresentou associação com lesão musculoesquelética prévia relacionada à corrida foi a experiência de corrida entre cinco e 15 anos (Odds Ratio (OR)=0,2; IC95%=0,1 a 0,9). 
 
Conclusões: A prevalência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida nos últimos 12 meses foi de 55%, e a variável experiência de corrida foi associada com a ausência de lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas à corrida.
 
Autores: Luiz C. Hespanhol Junior, Leonardo O. P. Costa, Aline C. A. Carvalho, Alexandre D. Lopes.
 

O Fortalecimento do Glúteo tem Ação Direta sobre o Quadril

Muitos não relacionam, mas o fortalecimento da musculatura glútea interfere diretamente na ação do quadril
 
      Ao ser vítima de um tombo, a aposentada Maria Marlene Santos, de 62 anos, teve um deslocamento nos quadris. Mas como sua mãe estava doente, adiou o tratamento o quanto pôde para se dedicar a ela. Essa atitude apenas agravou seu problema de saúde. O resultado foram as frequentes dores, dificuldade para dirigir e até caminhar. Já Sílvia Helena Barros, 60 anos, detectou o problema na região ao perceber que sentia fortes dores ao ficar muitas horas na posição sentada. Por incrível que pareça, essas histórias são muito comuns nos consultórios de todo o Brasil e a tendência é que os casos de problemas no quadril aumentem consideravelmente.

      Dados divulgados pelo órgão denominado International Osteoporosis Foundation (Fundação Internacional de Osteoporose), que analisou 14 países de toda a América Latina, até o ano de 2050, revelou que o número de fraturas nos quadris, causadas pela osteoporose, deve aumentar 32%. O que já se estima é que atualmente ocorram mais de 121 mil fraturas nessa parte do corpo todos os anos no Brasil. “As dores nos quadris são frequentes e podem ser até incapacitantes. Por isso, é muito importante um diagnóstico preciso para a causa dos incômodos sintomas e, assim, iniciar o tratamento correto”, afirma Amâncio Ramalho Junior, ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein (SP).

Função de encaixe
      Responsáveis por conectar as pernas ao tronco, essas articulações sustentam todo o corpo e são capazes de realizar uma grande amplitude de movimentos. Para Marcelo Godoi Cavalheiro, ortopedista da Sociedade Brasileira do Quadril (SBQ), apesar de ser comum as pessoas usarem o termo “quadril”, a forma correta de se referir a essa parte do corpo é quadris (esquerdo e direito). Isso porque “cada um deles é formado pelo ‘encaixe’ da cabeça do fêmur, o osso da coxa, no acetábulo, cavidade da pelve (bacia), que conta também com a presença de muitos ligamentos, tendões, bursas, fáscias (tecidos que compõem os músculos) e toda musculatura ao seu redor”, explica.

Acredita-se que o maior fator de risco para a região relaciona-se à fraqueza do músculo do glúteo

Problemas mais frequentes
      Quando sentir dores fortes nessa região, o indivíduo deve procurar um ortopedista para que seja realizado um exame detalhado em todo o corpo. “O diagnóstico é feito por um exame clínico cuidadoso que avalia os movimentos das articulações, as dores que eles provocam e a qualidade da marcha”, explica Rudelli Sergio Andrea Aristide, ortopedista do Hospital Sírio-Libânes (SP). Após avaliação minuciosa, exames complementares são necessários, como raio X, tomografia computadorizada e ressonância magnética nuclear. Confira quais são as doenças mais comuns:

BURSITE TROCANTÉRICA: bastante comum, é o resultado da inflamação da bolsa (bursa) que existe ao lado da parte superior e lateral do fêmur, e decorre do atrito de um tecido fibroso da coxa sobre o osso.

TENDINOPATIAS: é a inflamação dos tendões em torno do quadril. “Em geral, essas dores não são incapacitantes, mas limitam o paciente que sente dificuldades para as atividades diárias. Para tratar usam-se analgésicos, fisioterapia e repouso nas atividades físicas forçadas. Às vezes, infiltração de anestésicos e cortisona no local é útil”, diz Ramalho.

OSTEONECROSE: ocorre quando o aporte sanguíneo para o fêmur é interrompido, o que provoca a morte de células ósseas, o colapso do osso, deformação e perda de movimentos.

DOR LOMBAR: muitos problemas de coluna podem causar dores na região do quadril, sendo que o mais comum são as hérnias de disco e a compressão do nervo isquiático (ciático).

RESSALTO NO QUADRIL: caracteriza-se por uma dor em queimação na região lateral (externa) da pelve. “Acredita-se que o maior fator de risco para essa condição relaciona-se à fraqueza do músculo do glúteo. O tratamento fisioterapêutico envolve principalmente exercícios de alongamento e terapia manual focando o aumento da flexibilidade do músculo”, explica Rodrigo Baldon, fisioterapeuta da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

FRATURAS: mais comuns em pessoas idosas, geralmente ocorrem no colo do fêmur. Essas fraturas são mais frequentes em mulheres acima de 65 anos e ocorrem, normalmente, por queda, e estão relacionadas a altos índices de mortalidade. “O tratamento é cirúrgico e dependerá do nível de desvio dos fragmentos ósseos. Em situações mais graves, há indicação para artroplastia total do quadril (reconstrução da região)”, afirma Baldon.

Como prevenir
      Para evitar dores e doenças nessa região, os especialistas concordam: manter uma atividade física e praticar exercícios com regularidade é a melhor forma de preservar essa região. Para Cavalheiro, é importante lembrar que trabalhar toda essa musculatura com exercícios fortalece os músculos e evita lesões. “O equilíbrio muscular vai proteger a articulação e contribuir para uma maior estabilidade e um melhor funcionamento. Tudo que é mais estável funciona melhor e, portando, gasta menos e se lesa menos”, afirma.

      Com os exercícios, a própria musculatura fica responsável por absorver parte do impacto da caminhada. A articulação fica mais estável, sobrecarregam-se menos os ligamentos e a cartilagem, poupando essa estrutura. E segundo ele, “grande parte das lesões tratadas poderia ser evitada com a correta prevenção. Ela engloba desde a obtenção do equilíbrio muscular, a orientação sobre treinos, nutrição, vestuário e tênis, técnicas específicas, check-up, avaliação médica e exames e repouso adequado, por exemplo”.

      Para quem já sente muita dor, a Fisioterapia é a estratégia mais indicada, pois fará que essa articulação ganhe força e mobilidade. “Exercícios de fortalecimento dos músculos dos glúteos deveriam ser realizados, inicialmente, sem a descarga do peso corporal. Nessa fase, atividades aquáticas, como hidroginástica e natação, podem ser benéficas para o alívio da dor, manutenção da condição cardiorrespiratória e aumento da mobilidade do quadril”, relata Baldon.

 
Fonte: Viva Saúde

 

Lesão Traumática e Déficit Elástico Muscular

     Os frequentes traumas no tecido muscular humano e a perda das características mecânicas muscular dos atletas de esportes de alta performance, levam a busca por dados fidedignos e precisos destas lesões.
 
     Com isso na análise de um movimento com uma fase de pré-estiramento (excêntrico), quando comparado com um movimento sem uma fase de pré-estiramento (puramente concêntrico), verifica-se que ocorre uma modificação, do ponto de vista temporal, nos parâmetros de força, velocidade e potencia do movimento modificado positivamente a totalidade dos parâmetros biomecânicos deste movimento.
 
     Observa-se que, devido aos fenômenos ligados a energia elástica, ocorre modificações das características mecânicas das Unidades Músculo Tendínea, ao nível da força, onde no início da fase concêntrica do movimento com pré-estiramento a força é significativamente maior, do que o mesmo tipo de movimento executado sem pré-estiramento.
 
Prof. Esp. Nilton Petrone (FILÉ)
 
Professor do curso de Recuperação Acelerada: Av. e Tratamento do Joelho
Protocolo NIPE
 do Grupo FisioWork®
 
Fisioterapeuta Especialista em Fisioterapia Esportiva
Vasta experiência atuante em clubes de futebol, como Fluminense, Flamengo, Botafogo, Internazionale de Milão, Santos, Palmeiras e Atlético MG;
Experiência profissional como Fisioterapeuta de atletas de “ponta” como Ronaldo Nazário, Romário, Guga, Danielle Zangrando e Leandro Guilheiro (Judô);
Criou o CEPRAF (Centro de excelência em preparação e recuperação de atletas de futebol) e Geriu o Instituto Vita (SP);
Diversas publicações e projetos de pesquisa na área de Reabilitação Desportiva.